A Polícia Militar afastou os dois policiais suspeitos
de envolvimento no desaparecimento do jovem Marcelo Machado, de 25 anos, que
tinha deficiência mental. Na sexta-feira (8), o corpo do jovem foi encontrado
em um matagal, na Vila São José, em São José de Ribamar, na região
metropolitana de São Luís.
O sargento, identificado como Luís Magno da Silva, e
o soldado Giovani dos Santos Silva foram afastados das ruas por decisão do
Comando Geral da Polícia Militar.
A Polícia Militar decidiu pelo indiciamento dos dois
policiais militares por abandonarem alguém que estava sob custódia da PM e que
era incapaz de se defender dos riscos resultantes do abandono, o que é
considerado crime militar. O inquérito apurou apenas erros operacionais dos
policiais, que disseram ter levado o jovem na viatura e depois entregue a
supostos conhecidos.
Além deles, outros dois policiais que coordenaram a
ocorrência, no centro de operação da polícia (CIOPS) também foram indiciados,
porque teriam que acompanhar o caso até Marcelo ser levado à delegacia.
“Os policiais militares foram indiciados no
inquérito. Nós afastamos os policiais e vamos abrir um conselho de disciplina e
de justificação. A Polícia Militar não coaduna com qualquer desvio ou qualquer
ocorrência em que o policial militar ele sai do padrão legal no atendimento de
uma ocorrência”, disse Pedro Ribeiro, Comandante da Polícia Militar.
A polícia agora aguarda o resultado do exame de DNA
que pode confirmar que o corpo é mesmo de Marcelo, se houver essa confirmação,
os dois policiais que aparecem no vídeo deixarão de ser tratados como
testemunhas do caso, mas como investigados.
“Os policiais militares vão ter que ser chamados novamente. Não tem jeito. Passam a ser de testemunhas a investigados. Mas isso não quer dizer que, necessariamente, foram eles os causadores da morte, mas infelizmente participaram de uma condução que não levaram para uma unidade”, Marconi Matos, delegado.
O advogado da família diz que há preocupação com o
resultado do laudo, por conta do estado que o corpo foi encontrado. “Com um
cadáver que quase não existiam partes moles, órgãos e a perícia tem essa
dificuldade de concluir ou não a causa mortes”, disse Roberto Carlos.
Para o pai de Marcelo, José Dos Santos Machado, o
crime que cometeram contra o seu filho foi uma grande barbaridade. “Depois que
os dois policiais pegaram meu filho mais nenhuma pessoa olhou ele. Só olharam
nesse dia que pegaram ele e depois disso aí não olharam mais, não olharam mais.
Nós vasculhamos aquela área todinha onde foi encontrado e ninguém viu. Depois
de um mês foi que encontraram o cadáver do meu filho. Uma barbaridade o que
fizeram com meu filho”, disse.
Mãe confirma que corpo é do filho
Miriam Costa, mãe da vítima, pede justiça aos
envolvidos na morte contra Marcelo Machado. “Meu coração tá totalmente partido.
Muita dor. Só Deus mesmo que tá me confortando, me dando força pra me seguir em
frente e buscar justiça. Que a justiça seja feita e que esses monstros paguem o
que eles fizeram”, finalizou.
Em contato com o blog do Gilberto Lima, no domingo
(10), Miriam confirmou que o corpo encontrado na sexta-feira (8) é do filho.
Ela disse que reconheceu o filho pelo calção que ele usava
desde que saiu de casa, no dia 6 de setembro.
“Por essa foto aí, eu confirmo que é o meu filho. O
shortinho que ele estava usando tem essas duas listras e a cor verde escuro.
Pelo corpo dele também, pela cabeça, pelos braços, pelos pés, tudo dá de ver
que é ele. Pela foto é ele, não tenho dúvida nenhuma”, disse a mãe.
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