A polícia quer saber qual a relação do fazendeiro com a terra em disputa, para a qual ele contratou os 10 policiais para realizar a desapropriação ilegal.
A Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) já identificou o fazendeiro que teria contratado policiais militares, suspeitos de integrarem uma espécie de milícia, para desocupar uma área de terra em disputa com trabalhadores rurais em Barra do Corda.
Nessa segunda-feira (13), a Polícia Civil tentou negociar, com advogados, a apresentação do fazendeiro, de identidade não revelada, mas não conseguiu. Diante disso, o delegado responsável pela investigação representou pela prisão temporária do suspeito.
A polícia quer saber qual a relação do fazendeiro com a terra em disputa, para a qual ele contratou os 10 policiais para realizar a desapropriação ilegal.
PM está foragido
Após a desocupação da terra em disputa, no povoado Santo Estêvão, em Barra do Corda, os policiais contratados por um fazendeiro sofreram uma emboscada, e um sargento da PM, identificado como João Almir Pereira da Silva, acabou morto carbonizado.
Depois do ataque, nove policiais foram presos e autuados em flagrante delito pelo crime de formação de milícias, sendo oito policiais militares e um policial penal.
Dos noves presos, dois estavam internados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra do Corda, por terem ficado feridos na emboscada. Após receberem alta, os policiais fugiram. Um deles foi localizado e preso em um outro hospital, na cidade de Grajaú. Enquanto que o outro policial continua foragido.
Já os outros sete policiais envolvidos estão presos em um presídio militar em São Luís.
Os envolvidos foram identificados como Tirso Ramon Sturmer (3º sargento/07), Themisto Almeida (soldado/17), Matheus Gomes Lima (soldado), Marcus Vinicius Almeida (soldado/18), Marconde Oliveira (cabo), Daniel Sousa (soldado) e Jucélio Silva (policial penal).
Estão internados Antônio Genecy Porto (soldado/17) e João Batista Fernandes Filho (soldado/14).
No decorrer das investigações, a Polícia Civil conseguiu identificar nove pessoas que teriam participado da emboscada contra os milicianos, entre os nove suspeitos, há três irmãos que são apontados como líderes do ataque.
Os três irmãos, apontados como líderes da emboscada contra os PMs, estão foragidos |
Os três irmãos foram identificados como Antônio Fernandes da Silva, Adonias Fernandes da Silva e Antônio Joacir Fernandes da Silva. O trio é conhecido como “irmãos caninanas”, em referência à cobra caninana. Apesar de estarem identificados, ninguém foi preso até o momento.
“Nós estamos tentando intimá-los, porque já terminou o flagrante da situação. Estamos tomando todas as medidas judiciais cabíveis. Praticamente todos os pontos estão conectados, falta um ou outro para resolvermos 100% o caso, em tempo recorde, porque um caso que ocorreu no dia 10, hoje, já está praticamente solucionado”, destacou o delegado responsável pela investigação.
A emboscada
O sargento João Almir morreu carbonizado |
A emboscada aconteceu na noite de sexta-feira (10), após 10 policiais serem contratados por um fazendeiro para fazer uma desapropriação de terra em Barra do Corda, a 462 km de São Luís.
Durante a emboscada, um sargento da Polícia Militar, identificado como João Almir Silva, lotado em Barra do Corda, morreu após ter seu corpo carbonizado em um veículo.
Além do sargento que morreu carbonizado, mais dois policiais foram atingidos por disparos de arma de fogo e foram hospitalizados.
Após o caso, nove policiais foram autuados em flagrante por milícia. Sete pertencem ao 4º Batalhão de Polícia Militar de Balsas, outro é do Batalhão de Barra do Corda e o último é um policial penal.
Os policiais presos já foram encaminhados para um presídio em São Luís e, segundo o delegado Brito Júnior, eles estão colaborando com as investigações.
Armas e coletes apreendidos
Com os presos, foram apreendidas:
— 01 pistola Beretta, AA004499B, SENASPMJSP, com 01 carregador e 17 munições;
— 01 pistola G2C, 9mm, ACL565312, com 02 carregadores e 21 munições;
— 01 pistola PT 840 PRO, SBY44449, com 01 carregador e 5 munições;
— 01 pistola G 2C.40, ADC117725, com 01 carregador e 10 munições; — 01 pistola G2C 9mm, com 01 carregador e 13 munições;
— 01 pistola PT 840 .40, carga da PM, SHO13958, com 01 carregador e 15 munições;
— 01 pistola TH 40 .40, ABC717094, com três carregadores e 31 munições;
— 01 pistola 640 .40, SHY92230, com três carregadores e 31 munições;
— 02 coletes balísticos, sendo um com numeração não identificada e outro pertencente ao cabo Marconde, com numeração 68288.32, carga PMMA.
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